terça-feira, 22 de dezembro de 2009

[ Jogo On-Line ] 8 Ball Quick Fire Pool

Já se vão mais de 15 anos do sucesso de Side Pocket no SNES, talvez o mais famoso e marcante simulador de sinuca que já existiu. A jogabilidade simples ao alcance de qualquer um, mesmo que não entenda as regras do jogo real era o ponto máximo deste jogo que tirava horas de seus jogadores sem cansar. O tempo passa e buscando um jogo que desse o mesmo nível de diversão, encontrei 8 Ball Quick Fire Pool, no ótimo Miniclip.com. A estrutura é simples e basicamente a idéia é acertar todas as bolas do rack no menor tempo possível. Nenhum segredo, a não ser habilidade e concentração. Uma ótima dica de diversão!

http://www.miniclip.com/games/8-ball-quick-fire-pool/br/

domingo, 20 de dezembro de 2009

Avatar

Há algum tempo, algumas notícias sobre os possíveis novos projetos de James Cameron começaram a rodar na internet. Não tardou para se anunciar que esse novo projeto seria um filme chamado Avatar... e somente isso. Trama e todos as demais informações sobre o projeto foram por muito tempo, mantidos em sigilo. Muito tempo se passou, a tecnologia 3D e tantas outras mais se desenvolveram com uma velocidade impressionante e chegou-se a resultados impressionantes com tais avanços. Aos poucos, porém, algumas informações sobre o tal novo projeto de Cameron começaram a aparecer e algo parecia realmente gigantesco. A partir disso, Avatar se transformou em um dos filmes mais esperados da década e, no meu caso, aquele que eu mais queria ver na tela grande. A história do cinema mostra que grandes expectativas geram grandes decepções, mas felizmente esse não foi um caso. Avatar é fantástico do começo ao fim, nascido e criado para ser tão grandioso quanto o projeto se mostrou ser e quanto o orçamento do filme prometia. Se será um sucesso, ainda é cedo para afirmar, mas na minha opinião, Cameron acertou de novo.

O filme já inicia dizendo a que veio. Ocupando a tela do cinema em sua totalidade, tal como os grandes épicos, apresenta cada personagem, como manda a boa cartilha de roteiro. Conhecemos suas histórias, suas motivações e suas personalidades. Jake (Sam Worthington) é um ex-fuzileiro naval que toma o lugar do seu irmão no projeto que dá nome ao filme. Grace (Sigourney Weaver) é botânica e tem uma personalidade bastante forte e Neytiri está muito ligada a suas tradições e ao que manda seus sentimentos. Os demais personagens seguem na mesma linha, cada qual assumindo seu papel nessa história que de original não tem absolutamente nada. Aliás, a trama é um dos fatores que está gerando algumas críticas ao longa, mas sinceramente acho esse um ponto muito pequeno. Ainda que realmente seja uma linha narrativa já vista em muitos filmes como O Último Samurai, ou até Dança com Lobos, aqui não é a história que se conta o mais importante, mas sim a forma como ela é contada. E essa escolha está muito clara o tempo todo. Cameron buscou em uma história universal, muito segura e muito simples narrativamente para aplicar tudo aquilo que tinha imaginado e que só agora a tecnologia por ele mesmo desenvolvida permitiu.

Assim, para ficar mais claro, o filme fala de Jake, enviado ao planeta Pandora para assumir o lugar de seu irmão gêmeo no programa Avatar. O interesse dos humanos no lugar é simples e direto: estão atrás de uma substância valiosíssima que existe em abundância por lá, mas que é de difícil coleta por estar no terrítorio dos Na'vi, raça humanóide nativa. Cabe então a Jake, assumindo o corpo de um Na'vi produzido a partir da mistura do DNA de seu irmão com o DNA nativo, convencer aquele povo a deixar o lugar, além de aprender seus costumes e suas motivações, misturando-se àquele eles. É nesse momento que ele encontra Neytiri e, bem, a história de auto-conhecimento e de revalorização de si e do outro segue seu curso. O final está claro desde o início e cabe ao espectador acompanhar as 2h40min do filme para saber o "como" tudo irá acontecer. E, como dito anteriormente, é esse o grande diferencial do longa: a forma como a história é contada é magistral, sendo um espetáculo audiovisual do início ao fim. A tecnologia permite que cada tomada esteja cheia de movimento, de vida e de energia. É como se Pandora, de fato, respirasse na tela e se materializasse em nossas mentes.

O trabalho de quase uma década do diretor está escrito em cada detalhe. Ele simplesmente criou um planeta absolutamente do zero, estabeleceu um fauna e uma flora riquíssimas em detalhes, cada qual com sua particularidade. É um ecossistema fantastico e completo não só no sentido de cadeia alimentar, mas de funcionar com a mais precisa harmonia entre cada um dos elementos. Plantas, animais, terreno... tudo cheio de detalhes que parecem ter sido pensados literalmente um a um e depois como parte do todo. Se o filme deveria mostrar que os Na'vi estão realmente conectados àquele lugar de uma forma quase que simbiótica, essa vida e essa energia que percorreria o planeta todo como um único organismo deveria convencer e de fato está lá. As comparações com a teoria de Gaia não são pura coincidência e a grande mãe está entrelaçada nessa idéia de tudo como parte de um. E Cameron também teve que desenvolver um conceito religioso e espiritual que estivesse ligado a toda essa sinergia entre Pandora e seus habitantes. Chega um momento em que nos perguntamos como é que não poderia ser daquele jeito. Cada detalhe foi pensado para completar um único conceito e nos convencer que Pandora pode ser muito mais real e complexo do que nós podemos ver em nosso próprio planeta.

O elenco, ainda que não tão carismático como os de outros sucessos do diretor, não faz feio. Worthington consegue dar vida ao seu avatar de forma heróica, enquanto se mostra frágil e abalado pela sua condição humana. Weaver já tem uma ligação íntima com a temática alienígena por ser ícone de um dos maiores sucessos de ficção científica de todos os tempos, Alien - O Oitavo Passageiro, e também consegue dar muita humanidade para sua personagem, que hora está satisfeita em seu avatar, hora é resmungona e enquanto mulher. Já Saldana, que não tem o referente humano, está fantástica no papel da jovem Neytiri. Sua expressividade lhe confere muita verdade às palavras e na forma corporal de se comunicar. Se talvez há uma certa desvantagem decri-cri Avatar em relação a Titanic, por exemplo, é a força de seu casal protagonista em assumir um papel no imaginário do público. Não é por um alienígena azul que as meninas vão suspirar por anos tal como fizeram e fazem por Di Caprio, e pode ser que essa questão tire público e repercussão do filme. A trilha, muito emocionante e bem desenvolvida, organicamente ligada às imagens, também pode não ser tão marcante pela falta de uma canção com a força My Heart Will Go On. Ainda que tenha uma mesma linguagem, a música tema I See You não demosntra que tocará nas rádios ou que será baixada à exaustão na internet.

Com tudo isso, Avatar é sem dúvidas um dos maiores espetáculos audiovisuais de todos os tempos e ficará marcado como tal por muitos e muitos anos. Se não tem o mesmo apelo do maior sucesso de bilheterias da história do cinema, tem potencial para se tornar referência visual para a posteridade. Nesse quesito, há o antes e o depois deste filme. A história é a mesma, mas a forma de contar deu um salto gigastesco. É como se lêssemos um conto no papel e ouvíssemos a mesma história daquele avô que sabe como contá-la de forma emocionante. Não é o fim que importa, mas o caminho que se seguiu entre o início e o final. E nesse ponto, Avatar é irretocável.
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