Não houve tanto alarde assim com o lançamento dessa nova animação da DC (que nesse momento ainda era DC Comics e que agora, com a reestruturação da empresa pelo grupo Warner, passou a se chamar DC Entertainment). Ainda assim, o média-metragem é um trabalho que deve deixar os fãs dos dois maiores personagens da empresa bastante ligados, mesmo não sendo o melhor trabalho a reunir esses personagens. Aliás, está longe disso. Ao tentar fazer um produto para os iniciados e, ao mesmo tempo para os leigos, a DC realmente perde a mão, nivela por baixo e mostra ambos sem nenhum apelo com o seu público cativo, não acrescentando nada de bom e, ao contrário, fazendo caricatura de si mesmos em um fiapo de trama muito mal amarrado que serve mesmo é de motivo para bastante ação e batalhas intensas entre os dois e todo o resto.
A história é baseada no arco de mesmo nome desenvolvido por Jeph Loeb e desenhado por Ed McGuinness e trata da eleição de Lex Luthor para presidente dos Estados Unidos depois de uma séria crise econômica e social e das ações deste para conseguir voltar a opinião pública contra os super-heróis que não trabalharem para ele, dentre eles, obviamente, Superman e Batman. Para tanto, utiliza a desculpa que um asteróide totalmente feito de Criptonita que está vindo em direção à Terra estaria alterando a mente do Homem de Aço, tornando-o violento e perigoso, assumindo para si e para sua inteligência e arrogância a responsabilidade de deter o fim do planeta. Cabe então à dupla, agora com a cabeça a prêmio, conseguir deter de fato o asteróide, desmascarar Luthor e, de quebra, se livrar de todo tipo de herói ou vilão que os persegue.
A trama é bastante primária. Ainda que construída em cima de tudo o que já faz parte do imaginário coletivo sobre todos esses personagens, a impressão é que parece razo demais. Batman é o cabeça da dupla e Superman são os músculos bem-humorados. Simples assim! Além do fato de o Homem-Morcego parecer ser tão invulnerável quanto o seu parceiro, já que aguenta todo tipo de tranco com a mesma invunerabilidade física do cara que coloca a cueca por cima da calça. Além disso, fiquei com a sensação que esse povo é completamente lesado na cabeça. Depois de tudo o que ambos fizeram, será que ninguém ficou desconfiado que Luthor não é o cara bacana que está pregando ser e que o Superman não é um vilão? Quantas vezes mais vão utilizar esse tipo de artifício para colocar os fracos e indefesos contra o super-herói? Para finalizar, um desfecho completamente descabido e que renega tudo o que fora construído. A solução surge assim, do nada, no melhor estilo Deus Ex Machina e no final tudo fica bem. Até pareceria spoiler dizer que o final é feliz, mas em se tratando de uma história de Clark Kent e Bruce Waine, não acho que seja uma surpresa.
O que acaba importando mesmo é o quebra-pau. Se a grande crítica acerca do último longa nos cinemas dirigido por Bryan Singer, Superman - O Retorno, foi a falta de inimigos e de porrada entre o protagonista e qualquer outro saco de pancadas, essa animação está recheada delas, algumas bem interessantes, como a luta contra o Capitão Marvel, ou mesmo a batalha final. Alguns personagens da mitologia da DC acabam morrendo, outros aparecem só para bater cartão e alguns até fazem pontas maiores, como a Poderosa e Metallo. Tecnicamente, a animação obviamente mostra ser um produto para o mercado doméstico e, nesse escopo, não compromete, ainda que seja um traço bastante simples. Mas a sensação que fica é que poderia se esperar algo um pouco mais trabalhado narrativamente do que o que foi apresentado.
Enfim, Superman & Batman - Inimigos Públicos é divertido e, principalmente para os fãs do universo DC, está lotado de personagens e referências bacanas. Passa o tempo bem, mas não acrescenta em nada à mitologia de todos os personagens envolvidos, além de correr o risco de mostrar uma visão distorcida do que é cada um deles. Afinal, para quem realmente não acompanha os quadrinhos, pode ficar a sensação que o Homem-de-Aço não é nada mais do que um monte de músculos, bom moço, e bobalhão. E que o Batman tem algum poder a mais do que deveria ter um humano comum. E não é bem assim. É uma pena que a Warner e a DC não pensem da mesma forma...
A história é baseada no arco de mesmo nome desenvolvido por Jeph Loeb e desenhado por Ed McGuinness e trata da eleição de Lex Luthor para presidente dos Estados Unidos depois de uma séria crise econômica e social e das ações deste para conseguir voltar a opinião pública contra os super-heróis que não trabalharem para ele, dentre eles, obviamente, Superman e Batman. Para tanto, utiliza a desculpa que um asteróide totalmente feito de Criptonita que está vindo em direção à Terra estaria alterando a mente do Homem de Aço, tornando-o violento e perigoso, assumindo para si e para sua inteligência e arrogância a responsabilidade de deter o fim do planeta. Cabe então à dupla, agora com a cabeça a prêmio, conseguir deter de fato o asteróide, desmascarar Luthor e, de quebra, se livrar de todo tipo de herói ou vilão que os persegue.
A trama é bastante primária. Ainda que construída em cima de tudo o que já faz parte do imaginário coletivo sobre todos esses personagens, a impressão é que parece razo demais. Batman é o cabeça da dupla e Superman são os músculos bem-humorados. Simples assim! Além do fato de o Homem-Morcego parecer ser tão invulnerável quanto o seu parceiro, já que aguenta todo tipo de tranco com a mesma invunerabilidade física do cara que coloca a cueca por cima da calça. Além disso, fiquei com a sensação que esse povo é completamente lesado na cabeça. Depois de tudo o que ambos fizeram, será que ninguém ficou desconfiado que Luthor não é o cara bacana que está pregando ser e que o Superman não é um vilão? Quantas vezes mais vão utilizar esse tipo de artifício para colocar os fracos e indefesos contra o super-herói? Para finalizar, um desfecho completamente descabido e que renega tudo o que fora construído. A solução surge assim, do nada, no melhor estilo Deus Ex Machina e no final tudo fica bem. Até pareceria spoiler dizer que o final é feliz, mas em se tratando de uma história de Clark Kent e Bruce Waine, não acho que seja uma surpresa.
O que acaba importando mesmo é o quebra-pau. Se a grande crítica acerca do último longa nos cinemas dirigido por Bryan Singer, Superman - O Retorno, foi a falta de inimigos e de porrada entre o protagonista e qualquer outro saco de pancadas, essa animação está recheada delas, algumas bem interessantes, como a luta contra o Capitão Marvel, ou mesmo a batalha final. Alguns personagens da mitologia da DC acabam morrendo, outros aparecem só para bater cartão e alguns até fazem pontas maiores, como a Poderosa e Metallo. Tecnicamente, a animação obviamente mostra ser um produto para o mercado doméstico e, nesse escopo, não compromete, ainda que seja um traço bastante simples. Mas a sensação que fica é que poderia se esperar algo um pouco mais trabalhado narrativamente do que o que foi apresentado.
Enfim, Superman & Batman - Inimigos Públicos é divertido e, principalmente para os fãs do universo DC, está lotado de personagens e referências bacanas. Passa o tempo bem, mas não acrescenta em nada à mitologia de todos os personagens envolvidos, além de correr o risco de mostrar uma visão distorcida do que é cada um deles. Afinal, para quem realmente não acompanha os quadrinhos, pode ficar a sensação que o Homem-de-Aço não é nada mais do que um monte de músculos, bom moço, e bobalhão. E que o Batman tem algum poder a mais do que deveria ter um humano comum. E não é bem assim. É uma pena que a Warner e a DC não pensem da mesma forma...