sábado, 3 de outubro de 2009

Star Wars - Episódio IV: Uma Nova Esperança

Quando vi a primeira trilogia de Star Wars de uma só vez em dois dias, poucos meses antes da estréia de A Ameaça Fantasma, me senti muito a vontade naquele ambiente. Tinha algumas das cenas de todos os filmes na cabeça, mas não sabia de onde elas se encaixavam na cronologia da franquia. Vieram então os novos filmes e, junto, uma pancada de críticas negativas, sempre comparando um momento com o outro. Estou nesse momento reassistindo toda a hexologia, logo depois de ver as animações de Clone Wars, cuja crítica vocês podem encontrar aqui para o longa e aqui para a primeira temporada da série de TV. Escolhi começar tudinho não pelo episódio I, mas sim pelo episódio 4, como o mundo inteiro viu no decorrer de quase 3 décadas.

Certamente, em 1977 os tempos eram outros. A tecnologia e a tradição do cinema de ficção científica não eram tão valorizados como o são agora, onde praticamente todo longa lançado pela indústria norte-americana tem alguma coisa construída inteiramente por computação gráfica. Nesse sentido, todos concordam que Star Wars, que logo ganharia o sub-título de Episódio IV: Uma Nova Esperança, foi uma grande revolução no quesito efeitos especiais e na utilizaçãoi destes para se contar uma história. São efeitos realmente geniais, ainda que hoje deve-se desconfiar de alguns pontos que se vê no DVD, já que muita coisa foi inserida digitalmente nessas últimas versões. De qualquer forma, a linguagem visual continua lá, da forma em que foi pensada, e nesse ponto podemos continuar nos deslumbrando com a visualidade que Lucas deu à sua criação.

Ainda assim, o que nos é canônico é passível de críticas também. O roteiro do longa é bastante complexo em sua simplicidade, ou bastante simples em sua complexidade. Mas também é, de certa forma, inocente nas relações que constrói, ou mesmo nos personagens que cria. Há algo de errado em como Luke vê a morte de seus tios, aqueles que o criaram desde que era um bebê. Por mais que ele tenha ressalvas quanto à forma que seu tio o impede de fazer o que quer, não há como estranhar que ele sinta mais falta de Obi-Wan do que de sua família. No longa, sua lamentação pela morte do mestre Jedi é muito mais longa e mais passional do que o luto por aqueles com quem ele cresceu. Aliás, as relações entre os personagens se estabelecem de forma muito rápida e, mesmo dando um dinamismo interessante à fita, permitindo que duas horas passem muito rapidamente, também deixam buracos. A birra que Leia tem com ambos no momento do seu resgate não parece ser de alguém que estava completamente sem esperanças e que foi resgatada pelas únicas pessoas que poderiam dar sobrevida à Aliança Rebelde. Enfim, algo que não afeta o resultado final, até porque não é dessas construções que o filme trata, mas que pode incomodar a um segundo ou terceiro olhares.

Nada tão grave que prejudique o desenvolvimento da trama. Somos apresentados a personagens que se tornariam ícones do cinema de fantasia, como Han Solo, Chewbacca, C3PO, R2-D2, Jabba, e outros. Cada qual com suas particularidades e possibilidades. O mais interessante, ao se fazer um paralelo entre este episódio de 1977 e a animação Clone Wars, de 2008, com uma diferença de mais de 30 anos, é que são os personagens dróides que mais conseguem manter suas características de forma coerente. Se vemos que Darth Vader não está no maior posto da hierarquia do Império, lembramos que tanto Jedis como Siths eram os grandes líderes de seus exércitos nas guerras clônicas. Obviamente que ele cresce de forma absoluta nos episódios 5 e 6 enquanto o maior de todos os vilões, mas nesse filme ele nos é apresentado como mais um soldado, em quem sequer seus comandados acreditam. Aliás, como é que alguém pode dizer que a Força é uma crendice ou uma feitiçaria ultrapassada depois da demonstração de Vader enforcando um homem a distância? Até Tomé acreditaria na Força depois de ver...

Ainda que o resgate da Princesa Leia tenha sido bastante empolgante e as cenas de ação muito bem trabalhadas, é mesmo a cena final, na busca da destruição da Estrela da Morte, o grande clímax do filme. Os caças rebeldes e seu plano são incríveis em batalha contra o império e o esforço de Luke para acertar o alvo utilizando a Força é de tirar o fôlego. A tensão e a adrenalina da cena são um espetáculo que por si só já valem tudo que o filme representa para o mundo nerd. E pensar que esse é só o começo (ou seria o meio?) da maior batalha que o universo já viu.

Na próxima postagem sobre Star Wars, falarei daquele que é considerado por muitos como o melhor filme de toda a hexologia e um dos maiores da história do cinema: Episódio 5: O Império Contra-Ataca. Continuem conectados aqui no Pensando Imagem e Som e no Twitter do blog: @pensandois. E que a Força esteja com todos nós.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Star Wars - The Clone Wars - 1ª Temporada

Há alguns dias, falei aqui no PIS sobre o longa-metragem em animação lançada nos cinemas em 2008, situado entre os episódios 2 e 3 da hexalogia clássica dos cinemas. Se você não viu a crítica, leia antes de prosseguir com esse texto.

Sendo uma sequência direta do longa, Star Wars, a série, continua a contar novas batalhas e acontecimentos ocorridos durante a grande guerra clônica, sempre citada no universo Star Wars, inclusive na trilogia original. Depois do sequestro do filho de Jabba contado no filme, vemos nos 22 episódios desta primeira temporada o desenvolvimento da relação entre Anakin e Ahsoka, além de explorar um pouco mais personagens já vistos na série animada em 2D, como Ventress e Fisto. Vemos também como o General Grievous comanda seus subalternos e várias relações hierárquicas tanto do lado da República quanto entre os Separatistas. Enfim, há espaço para que o universo expandido da série, realmente possa ser explorado.

Já era promessa que o longa seria só um season premiere da série, mas a recepção ruim que obteve tanto entre os fãs quanto com a crítica colocou em xeque o futuro da franquia. Felizmente, a série realmente mostrou o propósito do projeto como um todo, e somados, longa e primeira temporada, conquistam um resultado muito expressivo. Ainda que haja grandes reviravoltas ou surpresas, a série é bastante competente tecnicamente e até narrativamente.

Não há uma sequência absoluta entre os eventos narrados. Alguns episódios são continuações um do outro, mas no geral, são eventos bastante isolados. Assim, quando termina-se de contar o que aconteceu na invasão separatista a um planeta, no episódio seguinte estamos no meio de outra batalha, em outro canto do universo, com outros personagens de cada lado. Essa característica dá um dinamismo interessante para essa guerra de proporções gigantes e, o mais interessante, o ponto de ligação do lado da república são... os clones! Agora eles tem rosto, ainda que seja o mesmo, mas cada qual apresenta características bastante diferentes uns dos outros, físicas e psicológicas. assim, temos soldados cabeludos e outros de cabelo raspado, ou ainda usando barba e outras pequenas diferenças. Vemos também que eles são bastante obedientes, respeitando sempre as decisões de seus superiores, sendo estes clones, jedis ou senadores. É claro que nesse tipo de universo há um outro traidor, mas no geral eles parecem muito bem criados para serem massa de manobra, como eles mesmos assumem em certo episódio. Ao confirmar a morte de um colega, ou "irmão", um deles pede para Ahsoka não se preocupar, pois era pra isso que eles haviam nascido, mesmo sem esconder um sentimento pelo seu semelhante.

Assim, os clones finalmente tiram seus elmos e mostram sua humanidade, que são agentes pensantes e que tem sentimentos, ainda que nem tentem se desligar da guerra ou de sua função, do seu destino. Talvez essa seja a grande virtude desta primeira temporada e espero que isso se mantenha, ainda que entenda que o foco muda em cada momento do seriado.

Sinto que a mudança pela qual Anakin passa ainda é muito incipiente e não dá para acreditar que o ser mais altruísta que já empunhou o sabre de luz possa se tornar aquele que é sem dúvida o símbolo máximo de Star Wars: Darth Vader. Certamente, com a mesma idade de Luke quando o enfrentou, Anakin é muito mais honrado e destemido que seu filho. Ainda que inconsequente e, as vezes, desobediente, parece que ele estaria disposto a entregar tudo o que tem, inclusive sua vida, pelo que acredita e sua transformação parece incoerente. Talvez outros eventos possam abalar sua honra e suas crenças para que ele se encontre naquela posição de questionamento do episódio III da nova trilogia. Quem sabe até o destino de Ahsoka, sua aprendiz e com quem desenvolveu um grande laço afetivo já nesta primeira temporada faça parte dessa transformação, já que certamente ela não tem um destino feliz.

No mais, senti falta de um envolvimento maior de outros personagens consagrados, como o Conde Dookan e, principalmente Mestre Yoda. O primeiro apareceu sempre como um mentor, ou um grande líder, mas sua maior atividade foi no longa. O segundo teve um episódio centrado em si e em suas habilidades, mas também apareceu mais como holograma dando ordens do que efetivamente em ação. Creio que Lucas precisa explorar um pouco mais essas figuras que são bastante icônicas do universo que ele criou.

Para a próxima temporada, que já se inicia no dia 02 de outubro, há uma promessa de o foco estar bastante voltado aos Caçadores de Recompensa, figurinhas carimbadas no universo de Star Wars e que já mostrou um potencial bastante imponente no season finale da primeira temporada, com Cad Bane. Tomara mesmo que possamos ter 4 ou 5 temporadas como Lucas prometeu e que as Guerras Clônicas, que estão longe de se esgotar enquanto tema, sejam realmente épicas como todos sempre soubemos, mas sem nunca te-las visto.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Chatnoir - Jogo On-line

Quando vi uma postagem no twitter de alguém falando que tinha gostado desse joguinho, nem dei muita bola, abri em uma nova janela e deixei lá. Quando fui ver, estava jogando havia meia-hora! É simples, com uma idéia ainda mais simples, e, como todo bom jogo em flash on-line, com uma idéia original e muito interessante: Você é capaz de cercar o gato? Tentem!

http://www.gamedesign.jp/flash/chatnoir/chatnoir.swf


domingo, 27 de setembro de 2009

Anjos e Demônios

Angels and Demons
(Hon Howard, 2009)


Está chegando agora às locadoras o novo filme adaptado da série de best-sellers de Dan Brown, Anjos e Demônios. Ainda que seja um livro que precede O Código Da Vinci tanto na cronologia de lançamento quanto no espaço ficcional, o filme assume a postura contrária, sendo desta forma, uma continuação do longa de 2006. E se o primeiro recebeu duras pancadas da crítica especializada, dos fãs do livro-fenômeno e da igreja católica, este parece ter encontrado seu ponto de equilíbrio com todas essas partes.

Na trama, o simbologista Robert Langdon é chamado ao Vaticano para ajudar nas investigações relacionadas ao sequestro de quatro cardeais, todos favoritos a assumir o mais alto cargo do clero: o papado. Mesmo descontente com o pesquisador, a igreja o chama por ter fortes indícios de que a responsabilidade pela crise é de uma sociedade secreta que se auto-denomina Illuminati. Como Langdon é especialista no assunto, há aqui uma trégua para tentar evitar um desastre para a entidade. Soma-se a ele a cientista Vittoria Vetra, cuja pesquisa resultou na produção de anti-matéria, que de um jeito ou de outro pode ajudar na compreensão da formação do universo e que, ao mesmo tempo, pode se tornar um explosivo de proporções absurdas. Essa anti-matéria foi roubada e tudo isso parece ter ligação com o sequestro dos cardeais. Assim, seus caminhos se cruzam em busca do caminho da iluminação e da solução do problema antes que todos os cardeais sejam mortos e o Vaticano todo vá pelos ares.

O filme é bastante feliz na construção dos personagens e na elevação da narrativa. Tom Hanks parece mais a vontade no papel do simbologista e Ayelet Zurer tem muito mais presença do que Audrey Tatou teve no filme anterior. Parece ter mais vontade também e, ainda que não tenha tido nenhuma grande cena dramática e de carga de atuação, convence bem no papel. Ewan McGregor também está muito bem no papel do carmelengo e o elenco parece funcionar bem. Da mesma forma, a narrativa está muito mais envolvente e permite que o espectador a acompanhe mais facilmente sem se perder nas explicações longas e complexas que funcionam muito bem nos livros, mas nem tanto no cinema, pelo tempo de película. Ainda que seja uma sequência de vários clímaces e de pouco respiro, a trama consegue segurar-se lá em cima. Há sim um ou outro ponto de explicação teórica, além das costumeiras alfinetadas na igreja católica, mas é a ação que conta a história, o que facilita o envolvimento e a imersão.

Anjos e Demônios também consegue seu ponto de equilíbrio quanto às polêmicas com a igreja e a fé cristã. Há muitas licenças em relação ao livro, à ciência e até mesmo a estrutura e funcionamento da igreja. Isso facilita a separação entre ser ficção e ser um relato documental de como funciona a tal conclave, dentre outras coisas relatadas no longa. É claro que ainda há uma certa acidez quando se trata do passado da igreja, como o comportamento dela em relação aos cientistas que questionavam o seu dogma, mas a crítica se mostra muito mais centrada na instituição do que propriamente na fé cristã, como foi o caso de Da Vinci. O boicote ao filme foi novamente promovido pela igreja, mas parece ter afetado o filme de forma mais positiva do que negativa, já que mais uma vez despertou a curiosidade em relação à trama. Assim, há um certo embate ali entre fé e ciência, mas de uma forma um pouco menos maniqueísta do que anteriormente.

Enfim, Anjos e Demônios é, em diversos aspectos, superior ao seu predecessor. Atuações mais interessantes, trama mais equilibrada, enredo mais envolvente, trilha sonora impecável, direção de arte magnífica e uma pitada de polêmica. Agora é esperar a adaptação do mais novo livro de Brown, O Símbolo Perdido, que não deve demorar a entrar em produção, para que se feche o número mágico de três filmes, como Hollywood adora. Quem sabe, a regra não encontre a sua excessão e o terceiro filme possa ser o melhor de todos?
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