quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Proposta

Há pouco tempo falei aqui no PIS de um dos filmes ícone do sub-gênero comédia romântica da atual década, Como perder um homem em 10 dias. Falei sobre fórmulas, estruturas e situações que são quase que cânones que funcionam em qualquer situação. Em A Proposta, uma ótima surpresa para a já quarentona Sandra Bullock, sendo a sua melhor abertura nos Estados Unidos, todas as fórmulas testadas e esgotadas são mais uma vez colocadas a prova. E se há um gênero onde o que se espera e que se busca é o clichê, é a tal da comédia romântica. Bullock é especialista nesse tipo de filme e está cada vez mais a vontade. No cinema atual, não há atriz que se identifica tanto com o gênero quanto ela.

Na sinopse, bem simplificada, uma grande editora chamada Margaret Tate (Sandra Bullock) se vê prestes a ser deportada para o Canadá. Para se livrar do evento que poria fim a sua vitoriosa e bem-sucedida carreira, ela praticamente obriga seu secretário Andrew Paxton (Ryan Reynolds) a se casar com ela, única possibilidade legal para permanecer no país. O problema é que ele a odeia, exatamente por sua forma mandona e agressiva de comandar sua equipe. Só que para conquistar seus anseios profissionais, ele se vê realmente obrigado a seguir com o plano. Para isso, precisa convencer o agente de imigração que eles realmente são um casal e, no intuito de se conhecerem e passarem pela entrevista, vão "curtir" um final de semana juntos na casa dos pais dele, no Alasca. No final... bem, é claro que o final não é surpresa pra ninguém, já que gênero é gênero.

Está tudo lá, como deveria estar: um casal que nem em um milhão de anos ficaria junto por suas diferenças e rusgas, mas que por uma situação extraordinária se vê dividindo o mesmo quarto (com direito a ela dormir na cama e ele no chão), as situações constrangedoras com a família dele, suas tradições e suas manias, o embate mulher-independente-da-cidade-grande contra a cidadezinha pequena com esposas dedicadas, o início da paixão quando cada um começa a conhecer o outro na intimidade, e outros momentos clássicos que não podem ser contados porque estragam a surpresa (sic). Tudo bem encaixadinho em um roteiro que parece ter sido tirado de um arquivo em .doc chamado "modelo hollywoodiano para comédias românticas". e exatamente por isso, funciona muito bem, tem cenas bastante engraçadas, exatamente quando exploram situações de cena embaraçosas. A avó de Andrew rouba a cena quando aparece, não pela atriz ser talentosa ou não, mas porque o roteiro foi feito pra isso.

Ao menos, o filme ainda tem a vantagem de não ser adaptação de livro, videogame, HQ, brinquedo de parque ou qualquer outra coisa adaptada por aí. Não sei até quando se pode dizer que é um roteiro original, já que parece adaptado de uma tonelada de outros filmes similares, mas há um frescor no filme. Ambos os protagonistas tem um time muito bom para seus personagens e funcionam bem juntos. desta forma, Reynolds está definitivamente encontrando seu lugar no Star System e Bullock mostra que não de lá tão cedo. Assim, temos a certeza de sempre termos a chance de ir ao cinema para ver o final-feliz-com-beijo-e-aplausos quando quisermos fazer as pazes com a namorada.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Top Blogs - Selo oficial do Top 100 Cultura!

É isso aí, pessoal! Muito obrigado pela colaboração e pelo carinho ao votarem no blog. Com menos de um ano, é realmente gratificante ter esse apoio para que eu continue com esse trabalho. É com muito orgulho que posso exibir aqui o selo Top 100 Cultura do Top Blogs, votação que contou com mais de 52.000 blogs cadastrados em diversas categorias!

Muito obrigado!




terça-feira, 25 de agosto de 2009

Como perder um homem em 10 dias

Confesso que quando peguei o filme para rever esses dias, achei que ja teriam se passado mais de 10 anos desde o seu lançamento. Contudo, descobri que ele não é tão velho assim e, para minha surpresa, foi lançado somente em 2003, ano em que entrei na faculdade. Ótimo! Assim, não preciso dizer que essa crítica é praticamente um flashback. Ou poderia, mas enfim, como a estrutura e a sinopse de comédias românticas como essa não mudam há mais de um século (desde que o cinema é cinema!), a minha fala sobre o filme se torna universal e atemporal para qualquer outro filme do (sub) gênero.

Andy Anderson (Kate Hudson) é colunista de uma resvista feminina, daquelas que ficam dando dicas sobre tudo o que os editores acreditam ser o universo de uma mulher: roupas, sapatos, namorados, jóias, dietas, mais namorados, celebridades, etc. Sua coluna dá dicas de várias coisas, que vão desde 10 passos para emagrecer até 10 dias para... perder um homem! É com essa proposta que ela pretende mostrar que é uma boa jornalista para que, assim, tenha o direito de escrever sobre o que ela realmente gosta, relacionado com política, economia, história e coisas engajadas do tipo. Na busca por uma cobaia, ela encontra Benjamin (Matthew McConaughey), que por sua vez precisa ganhar a aposta que fez com o chefe de fazer uma mulher se apaixonar por ele em... 10 dias! A vitória no jogo lhe dará o direito de fazer a campanha publicitária na área de diamantes que lhe renderia muito mais dinheiro e prestígio do que roupas esportivas e artigos masculinos.

Enfim, o circo está armado para que cheguemos à estrutura básica da comédia romântica: o casal que não tem nada em comum, gerando situações constrangedoras para ambos, mas que no final... bem, o final todo mundo já sabe. Os clichês clássicos estão todos lá: a relação de cada um com os amigos, as dicas destes mesmos amigos que metem o bidelho na relação, a visita à casa da família de um deles, o cachorro dela que ele odeia, mas que ganha sua amizade, o clipe musical com cenas com ambos sorrindo que marca a passagem da briga para a paixão, etc. Necessariamente, os clichês não são ruins, como citado no texto sobre Halloween aqui mesmo no PIS. Desde que, destes clichês, partam situações interessantes e que tragam algo de novo, que comova e divirta o público e, nesse sentido, Como perder... não faz feio. As situações ridículas pelas quais os personagens passam, exageradas, são divertidas e provocam sim risos pela identificação. Que jogue a primeira pedra aquele que nunca viu um casal imaginando como que se pareceria um futuro filho. Olhos de quem? Boca de quem? Meus? Sua? Do seu pai? Coisas assim causam a aproximação e a empatia do espectador, que quando se sujeita a assistir um filme como esse, não espera nada além de divertimento, um discurso pseudo-comovente no meio da rua e um beijo de final feliz.

Se as atuações não são dignas de Oscar ou de Urso de Prata, os atores parecem estar bem a vontade nesse tipo de filme, que já consagrou tantas Sandras Bullocks e Hugh Grants por aí. Na sua proposta, muito bem amarrada com um roteiro montado em cima de uma armação já infalível, Como perder um homem em 10 dias é uma boa opção para esses dias frios, onde não tem nada melhor pra ver na TV e onde se quer só ficar embaixo das cobertas comendo pipoca e vendo um filminho velho. Mesmo que não seja tão velho assim...

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