terça-feira, 22 de dezembro de 2009

[ Jogo On-Line ] 8 Ball Quick Fire Pool

Já se vão mais de 15 anos do sucesso de Side Pocket no SNES, talvez o mais famoso e marcante simulador de sinuca que já existiu. A jogabilidade simples ao alcance de qualquer um, mesmo que não entenda as regras do jogo real era o ponto máximo deste jogo que tirava horas de seus jogadores sem cansar. O tempo passa e buscando um jogo que desse o mesmo nível de diversão, encontrei 8 Ball Quick Fire Pool, no ótimo Miniclip.com. A estrutura é simples e basicamente a idéia é acertar todas as bolas do rack no menor tempo possível. Nenhum segredo, a não ser habilidade e concentração. Uma ótima dica de diversão!

http://www.miniclip.com/games/8-ball-quick-fire-pool/br/

domingo, 20 de dezembro de 2009

Avatar

Há algum tempo, algumas notícias sobre os possíveis novos projetos de James Cameron começaram a rodar na internet. Não tardou para se anunciar que esse novo projeto seria um filme chamado Avatar... e somente isso. Trama e todos as demais informações sobre o projeto foram por muito tempo, mantidos em sigilo. Muito tempo se passou, a tecnologia 3D e tantas outras mais se desenvolveram com uma velocidade impressionante e chegou-se a resultados impressionantes com tais avanços. Aos poucos, porém, algumas informações sobre o tal novo projeto de Cameron começaram a aparecer e algo parecia realmente gigantesco. A partir disso, Avatar se transformou em um dos filmes mais esperados da década e, no meu caso, aquele que eu mais queria ver na tela grande. A história do cinema mostra que grandes expectativas geram grandes decepções, mas felizmente esse não foi um caso. Avatar é fantástico do começo ao fim, nascido e criado para ser tão grandioso quanto o projeto se mostrou ser e quanto o orçamento do filme prometia. Se será um sucesso, ainda é cedo para afirmar, mas na minha opinião, Cameron acertou de novo.

O filme já inicia dizendo a que veio. Ocupando a tela do cinema em sua totalidade, tal como os grandes épicos, apresenta cada personagem, como manda a boa cartilha de roteiro. Conhecemos suas histórias, suas motivações e suas personalidades. Jake (Sam Worthington) é um ex-fuzileiro naval que toma o lugar do seu irmão no projeto que dá nome ao filme. Grace (Sigourney Weaver) é botânica e tem uma personalidade bastante forte e Neytiri está muito ligada a suas tradições e ao que manda seus sentimentos. Os demais personagens seguem na mesma linha, cada qual assumindo seu papel nessa história que de original não tem absolutamente nada. Aliás, a trama é um dos fatores que está gerando algumas críticas ao longa, mas sinceramente acho esse um ponto muito pequeno. Ainda que realmente seja uma linha narrativa já vista em muitos filmes como O Último Samurai, ou até Dança com Lobos, aqui não é a história que se conta o mais importante, mas sim a forma como ela é contada. E essa escolha está muito clara o tempo todo. Cameron buscou em uma história universal, muito segura e muito simples narrativamente para aplicar tudo aquilo que tinha imaginado e que só agora a tecnologia por ele mesmo desenvolvida permitiu.

Assim, para ficar mais claro, o filme fala de Jake, enviado ao planeta Pandora para assumir o lugar de seu irmão gêmeo no programa Avatar. O interesse dos humanos no lugar é simples e direto: estão atrás de uma substância valiosíssima que existe em abundância por lá, mas que é de difícil coleta por estar no terrítorio dos Na'vi, raça humanóide nativa. Cabe então a Jake, assumindo o corpo de um Na'vi produzido a partir da mistura do DNA de seu irmão com o DNA nativo, convencer aquele povo a deixar o lugar, além de aprender seus costumes e suas motivações, misturando-se àquele eles. É nesse momento que ele encontra Neytiri e, bem, a história de auto-conhecimento e de revalorização de si e do outro segue seu curso. O final está claro desde o início e cabe ao espectador acompanhar as 2h40min do filme para saber o "como" tudo irá acontecer. E, como dito anteriormente, é esse o grande diferencial do longa: a forma como a história é contada é magistral, sendo um espetáculo audiovisual do início ao fim. A tecnologia permite que cada tomada esteja cheia de movimento, de vida e de energia. É como se Pandora, de fato, respirasse na tela e se materializasse em nossas mentes.

O trabalho de quase uma década do diretor está escrito em cada detalhe. Ele simplesmente criou um planeta absolutamente do zero, estabeleceu um fauna e uma flora riquíssimas em detalhes, cada qual com sua particularidade. É um ecossistema fantastico e completo não só no sentido de cadeia alimentar, mas de funcionar com a mais precisa harmonia entre cada um dos elementos. Plantas, animais, terreno... tudo cheio de detalhes que parecem ter sido pensados literalmente um a um e depois como parte do todo. Se o filme deveria mostrar que os Na'vi estão realmente conectados àquele lugar de uma forma quase que simbiótica, essa vida e essa energia que percorreria o planeta todo como um único organismo deveria convencer e de fato está lá. As comparações com a teoria de Gaia não são pura coincidência e a grande mãe está entrelaçada nessa idéia de tudo como parte de um. E Cameron também teve que desenvolver um conceito religioso e espiritual que estivesse ligado a toda essa sinergia entre Pandora e seus habitantes. Chega um momento em que nos perguntamos como é que não poderia ser daquele jeito. Cada detalhe foi pensado para completar um único conceito e nos convencer que Pandora pode ser muito mais real e complexo do que nós podemos ver em nosso próprio planeta.

O elenco, ainda que não tão carismático como os de outros sucessos do diretor, não faz feio. Worthington consegue dar vida ao seu avatar de forma heróica, enquanto se mostra frágil e abalado pela sua condição humana. Weaver já tem uma ligação íntima com a temática alienígena por ser ícone de um dos maiores sucessos de ficção científica de todos os tempos, Alien - O Oitavo Passageiro, e também consegue dar muita humanidade para sua personagem, que hora está satisfeita em seu avatar, hora é resmungona e enquanto mulher. Já Saldana, que não tem o referente humano, está fantástica no papel da jovem Neytiri. Sua expressividade lhe confere muita verdade às palavras e na forma corporal de se comunicar. Se talvez há uma certa desvantagem decri-cri Avatar em relação a Titanic, por exemplo, é a força de seu casal protagonista em assumir um papel no imaginário do público. Não é por um alienígena azul que as meninas vão suspirar por anos tal como fizeram e fazem por Di Caprio, e pode ser que essa questão tire público e repercussão do filme. A trilha, muito emocionante e bem desenvolvida, organicamente ligada às imagens, também pode não ser tão marcante pela falta de uma canção com a força My Heart Will Go On. Ainda que tenha uma mesma linguagem, a música tema I See You não demosntra que tocará nas rádios ou que será baixada à exaustão na internet.

Com tudo isso, Avatar é sem dúvidas um dos maiores espetáculos audiovisuais de todos os tempos e ficará marcado como tal por muitos e muitos anos. Se não tem o mesmo apelo do maior sucesso de bilheterias da história do cinema, tem potencial para se tornar referência visual para a posteridade. Nesse quesito, há o antes e o depois deste filme. A história é a mesma, mas a forma de contar deu um salto gigastesco. É como se lêssemos um conto no papel e ouvíssemos a mesma história daquele avô que sabe como contá-la de forma emocionante. Não é o fim que importa, mas o caminho que se seguiu entre o início e o final. E nesse ponto, Avatar é irretocável.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Distrito 9

Depois de muito hype, da grande expectativa que essa produção de Peter Jackson causou na Comic-Con em San Diego e de uma premissa muito bacana e, de certa forma original, Distrito 9 acabou por ser um dos filmes mais esperados do ano. De um modo ou de outro, a fita é realmente surpreendente, construída em uma linguagem bacana e, principalmente, abordando uma temática delicada como uma quase-não-metáfora. Afinal, o tema da segregação que é o mote do filme não é tratado no sentido figurado, mas sim de forma efetiva. A diferença é que temos ali um povo alienígena. Substitua essa raça por qualquer outra cultura humana diferente do branco europeu ocidental e você encontrará várias situações vividas parecidas de fato pela história da humanidade. Todavia, o longa de Neill Blomkamp escorrega em alguns aspectos que acabam prejudicando um pouco o produto final.

Antes de falar dessas características, vale uma pequena sinopse: O longa começa contando a história de uma nave alienígena que fica "estacionada" nos céus de Joanesburgo, sem qualquer sinal de ser uma invasão hostil ou uma visita amigável. Simplesmente, fica ali. Quando os humanos, curiosos como sempre, conseguem adentrar o casco da nave, encontram uma galera e, sem saber o que fazer com esse povo todo, que a essa altura já estava bem doente, acabam os instalando provisoriamente em um acampamento, chamado Distrito 9, logo abaixo da espaçonave. Como a burocracia humana é lenta e empurra tudo com a barriga, o que era provisório se torna permanente e o acampamento se torna uma favela. Os visitantes, que acabam se tornando de fato habitantes da Terra incomodam demais os humanos locais e, depois de 20 anos de conflitos e segregação, as autoridades decidem transferir a população alienígena, que crescera quase 100% em duas décadas, para um outro local mais distante das cidades humanas. Um dos responsáveis pela transferência, Wikus Van De Merwe (Sharlto Copley) acaba se contaminando ao entrar em contato com um fluido bizarro em um dos barracos e isso acaba lhe causando problemas, o que será o centro narrativo do filme.

Não por acaso, Distrito 9 foi rodado na África do Sul, e está o tempo todo tratando diretamente e sem meias palavras de segregação racial, de preconceitos de todos os tipos, de desrespeito, de intolerância e todo e qualquer conflito que o choque de culturas diferentes pode causar. Uma das grandes sacadas do filme é não fazer isso através de meias palavras. É tudo muito direto e explícito, mostrando uma coragem ímpar em tratar do assunto. Qual é e qual sempre foi a reação humana ao se deparar com o diferente? Qual é a primeira atitude que se toma ao se deparar com o outro que não segue os mesmos costumes, as mesmas normas de conduta e as mesmas convenções sociais com as quais estamos acostumados e que se materializam em nossas mentes como verdades absolutas? Como dito anteriormente, a história da humanidade conta com dezenas de capítulos que mostram as reações a esse "outro".

A linguagem narrativa também se mostra bastante arrojada. Ainda que não exatamente original, é extremamente incomum, principalmente para esse tipo de produção. A quarta parede é quebrada e o que vemos é um combinado de vários tipos de imagem e som, sejam eles captados por mecanismos diegéticos ou não. Ou seja, há sim as cenas narradas em terceira pessoa, que busca a transparência e a oniciência, mas há também momentos de depoimentos póstumos ao acontecimento, em uma clara alusão a esses documentários onde especialistas falam do ocorrido pela sua ótica profissional. Há também imagens de câmeras de segurança ou mesmo imagens de cinegrafistas que eram também personagens do filme, cada qual com a sua função narrativa. A soma de todos esses pontos de vista busca cobrir todo e qualquer discurso, ainda que em nenhum momento haja uma incoerência ideológica. Mesmo que os aliens não sejam mostrados como coitadinhos indefesos, o vilão do filme é o ser humano e isso é muito claro. E o mote é realmente quando um deles se vê em situação invertida. É a velha história do "se você estivesse no meu lugar..."

Ainda assim, nem tudo são flores. O filme se perde no excesso de didatismo ao dar ao expectador tudo mastigadinho sem deixar espaço para a interpretação. Talvez para não correr certos riscos de entendimentos dúbios, a produção está o tempo todo nos bombardeando com as informações literais do que está exatamente acontecendo, as vezes repetindo em texto o que se vê e vice-versa. É como se ainda não tivéssemos a possibilidade de identificar o que está sendo mostrado, de perceber sobre o que o filme está tratando de verdade. O excesso de clichês também parece contribuir para essa busca do fácil entendimento. Todos os arquétipos estão ali e só não pode ser entendido como uma livre adaptação de Hulk pela falta de uma Betty Ross. Cada personagem apresentado já traz consigo todas as suas características. Já sabemos quem será o escroto, quem será o mocinho, como cada um vai agir e até quais situações serão abordadas. É uma receita de bolo no lugar de roteiro onde só se trocam os morangos por uvas e pronto: temos uma coisa diferente.

No mais, a produção é bem cuidada, os efeitos especiais estão bem satisfatórios, principalmente levando-se em conta que é um filme de baixo orçamento (visto que 30 milhões de dólares é uma miséria em termos de ficção científica na indústria do cinema e, só a título de comparação, Avatar custou 400 milhões, ou seja, cerca de 13 vezes mais). Obviamente que o final abre espaço para continuações e a história permite mesmo que se contem novos capítulos de um plot realmente inteligente e interessante. Tomara que nos próximos capítulos, caso realmente aconteçam, os responsáveis tenham com a narrativa a mesma coragem que já tiveram com o tema. Certamente, o universo dos próximos distritos terá realmente algo a acrescentar ao gênero e ao cinema como um todo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Saga Crepúsculo: Lua Nova

E não é que no final das contas, eu acabei me rendendo à toda histeria? Depois de algumas semanas resistindo ao burburinho, lá vou eu assistir a mais nova produção baseada na série de filmes escrita por Stephenie Meyer. Continuação de Crepúsculo, Lua Nova embarca no fenômeno alcançado pelo seu predecessor e aposta na mesma linguagem adolescente que conquistou multidões de garotas de 12 anos pelo mundo inteiro (independentemente da idade do R.G.). E lá estou eu em um domingo chuvoso, na já esvaziada sala de cinema da quarta semana do filme em cartaz, evitando assim suspiros e gritos alucinados a cada camiseta arrancada, a cada palavra melada ou a cada declaração de amor eterno.

Tecnicamente, Lua Nova é muito melhor que Crepúsculo. Talvez mais dinheiro tenha ajudado, mas há um certo profissionalismo mais evidente no filme, que agora tem cara de cinema, de fato, já que o anterior tinha cara de uma versão infantil do seriado True Blood. O roteiro é bem amarradinho e tem um ritmo interessante, ainda que a primeira parte pareça se arrastar mais do que deveria. A fotografia é bonita e em momento algum transparece alegria, luz, ou liberdade. É sempre melancólica, tal como a personagem se mostrava depois de ter sido abandonada. As interpretações não comprometem, a não ser pelo fato de que atores de 25 ou 30 anos continuarem a interpretar garotos de 16 com a maior cara-de-pau, e essa idade acaba sendo bastante martelada no filme, já que além do abandono, o passar do tempo também se mostra um problema para a protagonista Bella. No mais, efeitos especiais convincentes e adequados já são uma ótima evolução se comparados aos efeitos meia-boca de Crepúsculo. E a comparação é sempre inevitável, já que cada qual é uma parte de um grande e único filme, ou como eles gostam de chamar, saga.

O que mais incomoda mesmo é a trama construída a partir de um plot, ou de um ponto-de-partida, ruim. Depois de passar poucas e boas para ficar com a garota, Edward decide se afastar dela para tentar protegê-la, abandonando-a independentemente da vontade dela. Isso a faz definhar e sofrer, principalmente pelo papo-furado que ele usou como desculpa para partir de que ela não é boa o bastante para ele. Tudo bem que a grande metáfora do sacrifício pela amada está ali e é tudo o que o público espera, mas nem mesmo a novelinha global Malhação usa mais de um enredo tão fraco. E olhe que o rapaz tem 109 anos e, teoricamente, teria um tempo de amadurecimento e de entendimento das coisas para saber que esse tipo de afastamento não ajudaria em nada a ele ou a ela. Mas enfim, o rapaz parte e some na primeira metade do filme, deixando caminho livre para Jacob se aproximar de Bella. Algumas camisas arrancadas, sorrisos amarelados e mais camisas arrancadas e o casal já troca aqueles olhares que todos sabem o que significam até que a história se repete e ela descobre o segredo do garoto, iniciando um novo drama.

No final, obviamente que tudo o que todos estão esperando acontece e não cabe a esse texto descrever o desfecho que a essa altura não é segredo nem pra quem nunca ouviu falar do filme. O fato é que a narrativa tem todos os elementos que precisa ter e, se há algo que Hollywood sabe fazer bem é dar ao seu público o que ele quer. Está tudo lá: romance, barrigas definidas, adolescentes em crise de identidade, aventuras, amor acima de tudo, hormônios à flor-da-pele... o longa é uma amálgama de situações para causar a tal identificação do público com os personagens. Faltou um pouco mais de leveza, de momentos de alívio cômico, já que a situação pode causar ótimas pequenas piadas que dariam aquele respiro durante a trama sempre muito pesada, mas a estética emo de sofrimento 24 horas diárias por amor não permitiria tal licença e, desta forma, tudo é sério demais. Se para quem já passou dos 20 anos, os dramas de Bella podem soar ingênios e coisas da idade, para quem tem menos é a representação do mundo caindo sobre si.

Sinceramente, não há nada na Saga Crepúsculo que não haja em True Blood. A diferença é que nesse segundo, a série de TV citada anteriormente, tudo parece muito mais maduro. A tal da tensão sexual está lá, só que bem mais resolvida, permitindo ao drama dar um passo além. Mesmo a crise do romance de um vampiro e uma humana, a passagem do tempo, a aceitação, o preconceito, a garota especial, tudo está lá, só de uma forma que pode evoluir para outros aspectos. Não há dúvidas que o universo criado por Meyer é bacana, mesmo não sendo a coisa mais original do mundo, e é possível que se explore esse universo para além de dramas adolescentes. Uma das cenas finais onde há os conflitos entre vampiros é um bom exemplo disso e uma das únicas cenas que realmente valem a pena, não só pela ação, mas também e principalmente pelas relações que se dão entre os personagens para além do romance que todo mundo já está cansado de acompanhar. Há muito mais além do simples maniqueísmo entre os bons e os maus, os vegetarianos e os carniceiros, os que gostam dos humanos e os que os detestam. Há variantes, há meios-tons que poderiam estar na primeira linha da narrativa. Mas tudo o que a cena conquista é deixada de lado no final, mostrando que o que importa de fato é quem vai ficar com quem. Uma pena.

Engraçado que esse é um dos poucos momentos onde a grande maioria das críticas negativas não significam nada. A forma como a franquia se estabeleceu enquanto meio de identificação com um público tão fiel é tão forte que é como a paixão de Bella por um vampiro ou mesmo o desejo dela de se transformar em um deles. Não importa o que os outros digam, não importa o que a razão diga. Ninguém mudará a opinião dela e tudo terá que ser do jeito que ela quer. Do mesmo modo, não importa o que se diga do filme. Este é a grande projeção pessoal dos fãs e, desta forma, como todos os sonhos e desejos, é perfeito. Bom para os fãs e bom para o bolso dos produtores.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Star Wars - Episódio I: A Ameaça Fantasma

Depois de algumas décadas, o universo Star Wars voltou às telas do cinema, não com uma nova saga de Luke Skywalker ou Han Solo, mas com uma nova trilogia que conta o que ocorreu para se chegar ao confronto apresentado em Star Wars - Episódio IV: Uma Nova Esperança. Fica claro aqui que a saga não é sobre a ascensão de Luke, um garoto com uma vida sofrida qualquer em um planetinha qualquer, à um cavaleiro Jedi, mas sim o caminho de Anakin Skywalker, partindo de um garoto criativo e curioso até se tornar o Sith mais temido do universo. A proposta é, desta forma, contar as histórias das quais só se ouviu falar nos filmes anteriores, como as guerras clônicas, o treinamento de Anakin enquanto aprendiz de Obi-Wan Kenobi e tudo mais, focando na evolução de personalidade e atitudes do talentoso garoto que poderia ser o equilíbrio da Força e que se deixou seduzir pelo lado negro dela. Star Wars - Episódio I: A Ameaça Fantasma é então trazido à vida, dando uma nova roupagem para o visual da série, buscando resgatar a empatia que o público criou com os personagens clássicos para contar uma nova-velha história.

De início, a intensão é realmente mostrar que estamos tratando de um lugar comum e de uma história muito mais complexa do que se poderia prever de longe: conflitos, Senado, Federação do Comércio, invasões de territórios e tantas outras tramas políticas já são jogados ao espectador durante o clássico letreiro com o tema magistral de John Willians. Assim, já somos jogados em uma situação de conflito, onde Jedis são enviados para negociação. Dentre eles, o jovem aprendiz Obi-Wan. Fica claro nessa cena de abertura que a tecnologia permite que as batalhas e as criaturas imaginadas por George Lucas se tornem possíveis. No que se segue, vemos o intrincado ponto de partida se resumir em duas partes: a primeira é a trama de Anakin e os jedis em Tatooine, que culmina na vitória do garoto em uma corrida de pods e na sua libertação da condição de escravo. Ainda que não tenha sido nem um pouco importante para a trama - teoricamente, a aposta feita na corrida serve para que se conserte a nave Nubian que transporta os cavaleiros e a princesa Amidala, e se liberte o garoto, mas obviamente que dois cavaleiros jedis poderiam conseguir ambas as coisas de um povo pouco evoluído belicamente, como pareceu, de outra forma. Ainda assim, a cena é muito bem produzida e divertida. Visualmente, a melhor cena do longa e certamente uma das melhores de toda a saga.

A segunda parte trata da batalha em Naboo, esta mais interessante para a trama. Se Jar Jar Binks é um personagem nem um pouco adorado pelos fãs da série, seu povo protagoniza uma batalha muito bacana contra o exército separatista de dróids. Ainda que exagerada na parte cômica, foi a primeira vez que uma batalha produzida basicamente com personagens em computação gráfica conseguiu atingir um nível épico e gigantesco. Ainda que os Stormtroopers sejam insubstituíveis, não se pode dizer que fizeram falta nessa cena ou no filme inteiro. Nesse ponto, o filme acerta em cheio exatamente no ponto que erra feio: a tecnologia trouxe à saga um novo patamar, mas também deslumbrou tanto a produção que se esqueceu de desenvolver melhor os personagens, seu carisma e suas relações, ponto fundamental na trilogia original. O filme é super-saturado de efeitos belíssimos, mas que não conseguem suprir os defeitos do desenvolvimento dos personagens e os buracos no roteiro.

Não que o elenco seja ruim. Longe disso. Nomes como Liam Neeson, Natalie Portman e Ewan Mcgregor dão um show, guardadas as devidas proporções, em seus personagens. Mesmo os personagens digitais são muito convincentes em suas expressões. Exceto pelo garoto robótico que interpreta Anakin criança, não há o que se questionar no trabalho dos atores. O problema é realmente o desenvolvimento dos personagens na trama. Se os diálogos de Lucas sempre foram sofríveis (para não dizer vergonhosos), aqui fica ainda mais evidente a fraca coerência nas ações e relações que cada um dos personagens desenrola durante o filme. Ainda que se tente trazer ao filme elementos que o liguem com a saga original, como o já citado Obi-Wan, além dos dróides R2-D2 e C3PO, eles pouco estão relacionados à imagem que se tinha deles, ou a que se fazia deles mais novos. O jovem padawan parece perdido o filme inteiro, como se estivesse lá só para mostrar que acompanhou Anakin desde o início.

No final, com a grande batalha espacial de um lado e a competente luta de sabres de luz de outro, o filme cumpre bem seu papel, consegue encantar e trazer a magia de Star Wars de volta às telas, mas fica a sensação que deveria ser muito mais. Se na saga original, o que fica mesmo é o rosto e a expressão dos personagens, seu carisma e sua identificação, o que fica de A Ameaça Fantasma é a beleza visual das grandes cenas, o que mostra que há algo de diferente entre os dois momentos. Não que seja um filme ruim, longe disso, mas talvez pela grande aura criada em torno de uma das sagas mais míticas do cinema, o filme não atinge a sensação que se esperava. Cumpre o seu papel, mas não entra para a história. Parece ser uma expectativa muito grande, mas nada é exagerado para um filme de Star Wars.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Curta-Metragem Unidentified Flying Mater, de Carros

Desde que eu lembro, os longa-metragens da Pixar sempre são precedidos por curta-metragens bem bacanas. Os DVDs geralmente trazem coisas novas também, sendo um ótimo material complementar.

Agora, a Disney resolveu soltar curtas-metragens da franquia Carros, já preparando o terreno para o segundo filme que deve sair em 2011. Veja abaixo o personagem Mate contando mais um de seus causos...


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Machinarium - Jogo On-Line

Essa é uma dica de um grande parceiro e colega dos tempos de faculdade, Jonas Brandão, que anda se tornando um nome de referência no cenário da animação tupiniquim.

Machinarium é um game no melhor estilo Adventure, Point and Click, onde o jogador busca encontrar as soluções mais criativas para ajudar o personagem principal em uma jornada em busca do... bem, melhor clicar no link abaixo e curtir mais um game feito em flash com um visual muito bem elaborado e uma estrutura narrativa bem envolvente.

http://machinarium.net/demo/



terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Morte do Demônio

The Evil Dead
Sam Raimi (1981)

O título em português é terrível, mas como o padrão do Pensando Imagem e Som é manter a forma como o filme foi lançado por aqui, então vá lá. A Morte do Demônio é a primeira parte de uma trilogia que acompanha os encontros de Ash com o sobrenatural. A franquia, encabeçada por Sam Raimi muito antes dele ser famoso e ter assumido os filmes do Homem-Aranha, é uma das mais cultuadas do cinema, sobretudo do gênero terror. O primeiro filme reinventou o gênero, criando alguns dos paradigmas mais importantes que mais tarde seriam seguidos por tantos outros filmes. Sua estética é marcante, visitando em muitos momentos o trash, permitindo que o pequeno orçamento que a produção dispunha tenha sido, de certa forma, compensado com criatividade e uma linguagem inteiramente particular.


Na trama, que de complexa não tem absolutamente nada, um grupo de cinco amigos vão passar um momento de diversão em uma cabana barata no alto de uma montanha, em um lugar absolutamente não-habitado e no meio de uma floresta medonha. É incrível como americano adora ir para esses lugares para curtir, né? Chegando lá, o clima já se mostra meio estranho, o ambiente é bizarro e o lugar está caindo aos pedaços. Os avisos foram todos dados, mas como é de se imaginar, eles ficam lá mesmo assim. No local, encontram um livro que dizia invocar demônios e, obviamente, os mais corajosos leram só para mostrar que achavam aquilo uma bobeira. Aos poucos, um por um deles vai sendo possuído por uma entidade malígna (daí o título original remeter a mortos diabólicos, malígnos ou demoníacos ou até a uma morte demoníaca, não à morte do próprio coisa-ruim), e quem sobra tenta se livrar da maldição até o amanhecer. Se hoje, é uma sinopse defaut dos filmes de terror, isso se deve às inovações narrativas trazidas por esse filme em 1981.

Em nenhum momento, o filme se leva tão a sério. Ainda que os momentos cômicos por natureza sejam raros, todo o clima da produção é por si só exagerado. Os sustos, as expressões, a atuação quase que amadora, principalmente do protagonista Bruce Campbell, as gosmas e flúidos nojentos de cada morte, de cada membro arrancado, de cada olho esmagado, tudo é absurdo demais. Mesmo com um tom mais opressor e claustrofóbico, o filme não deixa de ser curioso e certas cenas violentas acabam causando risos pela estrutura em que são apresentadas. o diretor abusa da câmera na mão como perspectiva subjetiva e não poupa na maquiagem e na meleca, mas não está nem um pouco preocupado com a origem da maldição, com nenhuma explicação filosófica ou construção de personalidades. Nem mesmo com a continuidade ele se ocupa muito, o que permite ótimas risadas ao ver Ash ser banhado em sangue e no plano seguinte já estar de rosto limpinho. o que importa para a produção é o filme, o clima e o desenrolar das coisas. Nada de explicação... tudo anda para frente. Revendo esse filme, entende-se muito da linha que ele segue no recente Arraste-me Para o Inferno.

O filme é até hoje cultuado e considerado um ícone pop. Não é por acaso que gerou suas continuações que serão tratadas logo aqui no blog, cada qual mais insana que a outra. Em um momento em que o cinema se leva a sério demais, com origens sempre muito intrincadas, maldições pautadas por explicações filosóficas e tudo mais que certa o cinema sério, The Evil Dead é um ótimo retorno à origem do cinema descompromissado com a transparência e a suspensão da descrença e realmente focado na diversão, mesmo que pelos meios mais engraçados e nojentos ao mesmo tempo.

domingo, 25 de outubro de 2009

Star Wars - Episódio VI: O Retorno de Jedi

Poderia começar essa crítica da terceira parte da primeira trilogia de Star Wars criticando a tradução do subtítulo. Afinal, Jedi é uma classe de guerreiros e não uma pessoa em si e, portanto, of the Jedi deveria ser algo do tipo dos Jedi. Mas perto de tantas outras traduções ou adaptações absurdas para o português brasileiro, essa nem faz tão mal assim. O que importa mesmo é falar deste filme que fecha, em 1983 (ano que em que nasci!), a trilogia clássica do universo criado por George Lucas. Se Uma Nova Esperança foi revolucionário pela construção de uma mitologia e pelos efeitos especiais, ao mesmo tempo que O Império Contra-Ataca contribuiu para uma expansão deste mesmo universo, além de se aprofundar na construção dos personagens de forma mais obscura e intimista, O Retorno de Jedi tinha a missão de dar um desfecho a todas as tramas desenvolvidas antes e dar cabo da guerra entre o Império e a Aliança Rebelde. E o fez de forma satisfatória, mas não magnífica.

O longa parte de onde o episódio V havia parado. Com o congelamento de Han Solo em carbonite, estabeleceu-se entre o núcleo protagonista o resgate do arrogante piloto das mãos de Jabba (que parece ter desaprendido a falar inglês do quarto para o sexto episódio). Depois da missão bem sucedida, cria-se um plano para terminar de vez com a guerra e se estabelecer de fato a paz no universo. Para tal, é necessário destruir a nova Estrela da Morte que está sendo construída, mais poderosa do que a primeira, e de quebra eliminar o Imperador, que estará no local inspecionando a construção. Para tal, é necessário que se desative o campo de força que protege a obra, cuja fonte está na lua de Endor, em terra, e está protegida pelo exército do Império. Assim, Solo e Leia partem para o planeta cumprir tal missão, ao lado de Chewbacca, R2-D2 e C3PO, enquanto Lando lidera o ataque à estação em órbita. Ainda há uma terceira narrativa paralela que é o grande foco do filme: a transformação de Luke em um cavaleiro Jedi de fato, passando pelo reencontro com Yoda em Dagobah e o seu grande desafio de superar a tentação do lado negro da força.

Por meio destas três tramas, o filme constrói dois climaxes: a batalha final esperada entre Luke e seu pai, Darth Vader, e a batalha espacial definitiva entre as tropas do Império e os Rebeldes. Um grande problema do filme é a sub-utilização do maior grupo de protagonistas na lua de Endor. Solo, Leia e todo o grupo passam o filme todo fazendo amizade com os Ewoks, raça infantilizada de criaturas que os ajudam em sua missão, e destruindo uma estação. Tudo bem que é a missão fundamental do plano de destruição da Estrela da Morte, mas ao mesmo tempo estão todos fora das tramas principais e dos acontecimentos grandiosos. Isso é ruim para o público, que acompanha estes personagens desde o primeiro capítulo da saga e gostaria de vê-los no quebra-pau de fato, e para a narrativa, que o tempo todo está nos preparando para um segundo descendente Jedi, que se descobre mais tarde ser a Princesa Leia, enquanto irmã gêmea de Luke, e nos reforçando sempre que Solo é o maior piloto de todo o universo. Será que a Aliança não teria mais ninguém para explodir um prédio para deixar seu maior piloto liderando um ataque com naves? Ainda que a trama em terra tenha sido sim importante para desenvolver a relação entre ambos, realmente ficou bem abaixo de qualquer expectativa e relegou os demais do grupo a meros coadjuvantes de fato.

Outro problema é a inclusão dos próprios Ewoks como parte tão importante da saga. Não que eu tenha com eles os problemas que outros fãs tem. O que me incomoda é o fato de eles terem tomado uma proporção absurda para a resolução da trama, vencendo um exército bem treinado e muito bem armado de Stromtroopers com zarabatanas, pedras e flechinhas. Na tentativa de infantilizar o longa e de focar também as crianças, a saga se perde na situação ridícula e, depois de tornar esse exército imperial de clones tão temido e respeitado, os destrói em sequências de comédia pastelão. E se pensarmos em tudo o que as guerras clônicas significam para este universo e olharmos para a nova saga, que desenvolve ainda mais a construção desse poderoso exército, fica ainda mais evidente que a solução encontrada é no mínimo equivocada. A importância dada a esses ursinhos é tão grande que a festa comemorando a vitória da Aliança acontece em seu povoado, sendo que deve haver, em algum canto do universo, uma base onde estão todas as pessoas que passaram anos fugindo do império e dando suas vidas pelos seus ideais. De novo, não sou tão xiita ao criticar a figura do Ewok. É a forma como eles tomaram uma importância exagerada no desenvolvimento da trama que me incomoda.

Por outro lado, todo o desenvolvimento entre o triângulo Imperador, Luke e Darth Vader foi muito bem construído. O grande monarca do lado negro da força tentou de todas as formas, algumas realmente muito convincentes, trazer o jovem Luke para o seu lado. Ao mesmo tempo, Vader ia perdendo todas as certezas que havia estabelecido para si e, sem que o Imperador percebesse, era Luke quem estava seduzindo Vader a negar o lado negro. Essa construção de relações foi muito feliz, bem como as cenas de ação entre pai e filho, onde o embate entre sabres de luz era só uma alegoria para o desafio de palavras e argumentos entre eles. Mas, de certo modo, não seria possível convencer o jovem Skywalker por tudo que ele havia passado. Não haviam argumentos tão fortes para trazê-lo para o lado negro, como haviam para Vader em sua época. Anakin sempre foi questionado pelo Conselho Jedi, sempre teve seus atos muito retalhados por Yoda e Obi-Wan Kenobi e viveu todas as contradições que a fé Jedi não permite, sendo as principais delas o romance com Padmé e a tentativa de não permitir a sua morte. Luke não tinha nada disso. Ele sempre foi muito bem tratado e sempre considerado o escolhido, sem ressalvas. Não vivia um romance proibido e não existia nada no lado negro que fosse tão tentador para que ele fizesse essa escolha. Era simplesmente mais fácil, mas obviamente muito ruim. E foi exatamente isso que Vader viu nele e que não havia visto quanto ele próprio foi seduzido e talvez só nesse momento, ele tenha entendido tudo o que havia aprendido em seus tempos de padawan.

No final das contas, Star Wars - Episódio VI: O Retorno de Jedi é muito competente ao fechar uma das maiores sagas cinematográficas de todos os tempos. Apesar dos deslizes, é uma aventura épica muito bem construída, tecnicamente superior aos dois filmes anteriores e que, de todas as formas, satisfaz o que se esperava do final da batalha. Os momentos de despedida entre Luke e dois dos maiores ícones da saga, Yoda e Vader, são realmente cenas clássicas do cinema e certamente valem o longa por si só. Como um todo, a épica história contada por George Lucas reestabeleceu o que chamamos de ficção científica e, até hoje, é cânone para qualquer um que queira se aventurar pelo espaço. E a Força nunca esteve tão forte nele como esteve naquele momento.

Enfim, terminam as postagens sobre a saga clássica e sigamos para a nova trilogia. Será que há um abismo tão grande entre uma e outra? Vejamos a seguir.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

[ Jogo On-Line ] Magic Pen

Na busca por bons joguinhos on-line, encontrei Magic Pen, absolutamente original e divertido. É uma ferramenta de construção livre de possibilidades para se atingir o objetivo, que é muito simples: levar uma bolinha até as bandeirinhas espalhadas pelo cenário. Para tanto, é necessário usar a criatividade para desenhar todo tipo de formas que possam ajudar a cumprir essa tarefa. Círculos, pêndulos, carrinhos, catapultas, gangorras, e o que mais a imaginação permitir podem ser construídos como ferramentas. Tente!

http://www.bubblebox.com/play/puzzle/975.htm



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Superman & Batman - Inimigos Públicos

Não houve tanto alarde assim com o lançamento dessa nova animação da DC (que nesse momento ainda era DC Comics e que agora, com a reestruturação da empresa pelo grupo Warner, passou a se chamar DC Entertainment). Ainda assim, o média-metragem é um trabalho que deve deixar os fãs dos dois maiores personagens da empresa bastante ligados, mesmo não sendo o melhor trabalho a reunir esses personagens. Aliás, está longe disso. Ao tentar fazer um produto para os iniciados e, ao mesmo tempo para os leigos, a DC realmente perde a mão, nivela por baixo e mostra ambos sem nenhum apelo com o seu público cativo, não acrescentando nada de bom e, ao contrário, fazendo caricatura de si mesmos em um fiapo de trama muito mal amarrado que serve mesmo é de motivo para bastante ação e batalhas intensas entre os dois e todo o resto.

A história é baseada no arco de mesmo nome desenvolvido por Jeph Loeb e desenhado por Ed McGuinness e trata da eleição de Lex Luthor para presidente dos Estados Unidos depois de uma séria crise econômica e social e das ações deste para conseguir voltar a opinião pública contra os super-heróis que não trabalharem para ele, dentre eles, obviamente, Superman e Batman. Para tanto, utiliza a desculpa que um asteróide totalmente feito de Criptonita que está vindo em direção à Terra estaria alterando a mente do Homem de Aço, tornando-o violento e perigoso, assumindo para si e para sua inteligência e arrogância a responsabilidade de deter o fim do planeta. Cabe então à dupla, agora com a cabeça a prêmio, conseguir deter de fato o asteróide, desmascarar Luthor e, de quebra, se livrar de todo tipo de herói ou vilão que os persegue.

A trama é bastante primária. Ainda que construída em cima de tudo o que já faz parte do imaginário coletivo sobre todos esses personagens, a impressão é que parece razo demais. Batman é o cabeça da dupla e Superman são os músculos bem-humorados. Simples assim! Além do fato de o Homem-Morcego parecer ser tão invulnerável quanto o seu parceiro, já que aguenta todo tipo de tranco com a mesma invunerabilidade física do cara que coloca a cueca por cima da calça. Além disso, fiquei com a sensação que esse povo é completamente lesado na cabeça. Depois de tudo o que ambos fizeram, será que ninguém ficou desconfiado que Luthor não é o cara bacana que está pregando ser e que o Superman não é um vilão? Quantas vezes mais vão utilizar esse tipo de artifício para colocar os fracos e indefesos contra o super-herói? Para finalizar, um desfecho completamente descabido e que renega tudo o que fora construído. A solução surge assim, do nada, no melhor estilo Deus Ex Machina e no final tudo fica bem. Até pareceria spoiler dizer que o final é feliz, mas em se tratando de uma história de Clark Kent e Bruce Waine, não acho que seja uma surpresa.

O que acaba importando mesmo é o quebra-pau. Se a grande crítica acerca do último longa nos cinemas dirigido por Bryan Singer, Superman - O Retorno, foi a falta de inimigos e de porrada entre o protagonista e qualquer outro saco de pancadas, essa animação está recheada delas, algumas bem interessantes, como a luta contra o Capitão Marvel, ou mesmo a batalha final. Alguns personagens da mitologia da DC acabam morrendo, outros aparecem só para bater cartão e alguns até fazem pontas maiores, como a Poderosa e Metallo. Tecnicamente, a animação obviamente mostra ser um produto para o mercado doméstico e, nesse escopo, não compromete, ainda que seja um traço bastante simples. Mas a sensação que fica é que poderia se esperar algo um pouco mais trabalhado narrativamente do que o que foi apresentado.

Enfim, Superman & Batman - Inimigos Públicos é divertido e, principalmente para os fãs do universo DC, está lotado de personagens e referências bacanas. Passa o tempo bem, mas não acrescenta em nada à mitologia de todos os personagens envolvidos, além de correr o risco de mostrar uma visão distorcida do que é cada um deles. Afinal, para quem realmente não acompanha os quadrinhos, pode ficar a sensação que o Homem-de-Aço não é nada mais do que um monte de músculos, bom moço, e bobalhão. E que o Batman tem algum poder a mais do que deveria ter um humano comum. E não é bem assim. É uma pena que a Warner e a DC não pensem da mesma forma...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Marcas e mais marcas para o PIS!

Pois é, pessoal... ainda que eu não comemore as coisas nas datas, há algumas marcas importantes que o blog tem alcançado nos últimos dias.

Fico muito feliz em estar comemorando 1 ano de blog. Na verdade, o dia exato foi o já distante 03 de outubro. É um prazer e uma honra trabalhar com esse blog e olhar para trás nesses últimos 12 meses dá ainda mais energias para que eu consiga melhorar um pouco mais!

Outra marca importante, completada há poucos dias foi a da 100ª postagem! A média ainda está abaixo do que eu entendo como ideal (uma postagem a cada 3 dias e meio é o que está ocorrendo e a idéia é uma a cada dois dias, ou uma por dia, quem sabe). Ainda assim, é uma marca muito importante. Já falei de tanta coisa bacana aqui e ao mesmo tempo sinto que não falei de quase nada. Isso é bom... assunto é o que não falta para os próximos 50 anos do blog! rs

Pra completar, outro número bem bacana: hoje o blog completou o número de 10.000 visitas. O quer dizer que, somando todas as postagens, houve 10.000 acessos aos textos do blog. É muito gratificante saber que o que tenho escrito aqui está chegando às pessoas e espero chegar a muito mais gente.

Por fim, fica aqui meu agradecimento a todos vocês, leitores e parceiros, anônimos ou conhecidos, que estão fazendo isso tudo valer a pena! Certamente, tenho muito a crescer como blogueiro e esses números só me mostram o quão legal tem sido essa experiência. Muito obrigado!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Star Wars - Episódio V: O Império Contra-Ataca

Em 1980, Star Wars já era um verdadeiro ícone pop, divisor de águas em todos os sentidos no que diz respeito a cinema e entretenimento de massa. Star Wars - Episódio IV: Uma Nova Esperança rendeu dinheiro e prestígio a George Lucas, e o novo episódio da franquia tinha a missão de sedimentar esse trabalho. Foi nesse contexto que Star Wars - Episódio V: O Império Contra-Ataca foi lançado. Hoje, quase 30 anos depois, muitos fãs e críticos afirmam ser este o melhor dentre todos os filmes da hexalogia. E tem vários motivos para isso, visto que, neste episódio, tudo está maior e mais desenvolvido. Narrativa, diálogos, direção, efeitos especiais, mitologia... tudo é mais denso e, assim, tem mais poder na tela.

O tom do filme, como o sub-título anuncia, é um pouco mais tenebroso que o anterior. Se no episódio IV temos o surgimento de um novo herói, com pureza de coração e altruismo, esse novo episódio foca mais os seus esforços no poder e nas ações do grande antagonista de Luke Skywalker, o poderoso Darth Vader. Suas atitudes e comportamento são bastante claros quando mostram que esse é um guerreiro muito poderoso, um líder bastante ditatorial e um homem sem nenhum valor ético ou moral. Para isso, basta ver os tipos de punição que ele aplica a seus subordinados a cada erro ou seus mandos e desmandos nos acordos que fecha durante toda a fita com Lando. Vader é, de fato, o personagem principal deste filme e, no final das contas, é também o protagonista de toda a saga. E, exatamente por isso, esse capítulo tem um tom mais sombrio e pesado, deixando claro que não é tão simples assim vencer o lado sombrio da Força como foi destruir a Estrela da Morte.

Contudo, não é somente Vader que tem espaço no longa. Temos duas tramas paralelas ocorrendo a partir da primeira grande cena, quando o império invade o planeta gelado de Hoth. De um lado, vemos Han Solo, Leia, Chewbacca e C3PO fugindo na Millenium Falcon e chegando à Cidade das Núvens, lar de Lando, um antigo conhecido de Solo. Lá são traídos pelo anfitrião e feitos prisioneiros do império. Conhecemos então, além de Lando, antigo dono da nave que agora é de Solo, Boba Feet, um caçador de recompensas, e talvez um dos personagens secundários mais cultuados do universo Star Wars. E, obviamente, o personagem mais marcante que faz o seu debute na saga é ninguém menos que o maior cavaleiro Jedi de todos os tempos, Mestre Yoda, que fará parte nesse filme do segundo núcleo narrativo, quando treinará Luke que chega ao planeta de Dagobah com R2-D2. É no final do filme que esses dois universos chegam ao ponto comum, no momento em que o intempestivo jovem Skywalker abandona o treinamento para salvar seus amigos. Yoda mostra, nesse capítulo, o quão sábias são suas palavras e o quanto ele domina da Força e é realmente, ao lado de Darth Vader, o maior ícone de toda a saga.

Algumas coisas ainda incomodam pela mesma inocência do roteiro vista anteriormente. Vemos novamente Luke sendo muito devoto a Ben, ou Obi-Wan Kenobi, mesmo tendo passado menos do que 3 dias sendo treinado e orientado pelo velho Jedi. Mesmo Vader cita que seu antigo mestre ensinou seu oponente muito bem. Aliás, a passagem de Luke de um piloto muito competente e um garoto voluntarioso para um Jedi que consegue enfrentar e até atingir o grande Vader é rápida demais. É claro que ainda não havia essa visão geral, mas se Anakin demorou mais de 30 anos da sua vida para atingir o nível de controle da Força apresentado nesse episódio, é um pouco de exagero Luke, com 3 dias de treinamento com Ben e mais 2 dias com Yoda possa ter algo ao menos parecido. Tudo bem que ele foi derrotado, teve sua mão decepada e tudo mais, e que Vader nem estava realmente querendo matá-lo logo de cara, e isso pode demonstrar que o duelo foi só uma brincadeira de Vader enquanto ele tentava convencer Luke a ir para o lado sombrio da Força, mas ainda assim a intenção parecia congelar o jovem padawan e Vader nem chegou perto de conseguir isso.

De qualquer forma, esses detalhes não chegam nem perto de influenciar no resultado final, já que posso afirmar tudo isso tendo uma visão um pouco maior de todo o caminho da franquia e, provavelmente naquele momento não se tinha todo esse panorama de como era realmente o treinamento de um garoto até chegar ao status de Sith ou Jedi. O Império Contra-Ataca tem uma dinâmica bastante interessante ao estabelecer duas tramas paralelas e dá espaço para um aprofundamento das relações entre os personagens. Não só entre Luke e Yoda ou entre Luke e Darth Vader, mas também entre Chewbacca e C3PO, Solo e Lando e, obviamente, a relação de amor e ódio entre Solo e Leia. O desfecho absolutamente aberto já mostrava a certeza da realização de um terceiro episódio, deixando claro que este era um capítulo intermediário e que tinha a missão de complicar as coisas, aprofundar alguns personagens já estabelecidos, apresentar outros e preparar o terreno para o grande e iminente embate final. E ainda há espaço para a revelação mais estrondosa da saga e certamente uma das mais marcantes de toda a história do cinema: "Luke, I'm your father..." Certamente, eu tenho a sorte de poder assistir a'O Retorno de Jedi assim que tiver um tempinho. Posso imaginar como foi a espera do público por três anos naquela época...
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